Rochas selantes

07/11/2023 12:03

De forma geral, rochas capeadoras, também conhecidas como rochas selantes, é uma categoria atribuida uma unidade geológica que desempenha um papel fundamental para a geologia de exploração e também para a geologia ambiental. Geralmente são compostas por siltitos, argilitos, anidrita ou sal. Formam uma camada impermeável, e tem o papel de restringir fisicamente uma unidade geológica reservatória impedindo a migração dos flúidos para fora. Estas rochas são características pelo papel de tampar , sendo de qualquer lado,  uma unidade geológica que atua como reservatórios de água,  petróleo ou gás natural, preservando sua integridade ao longo do tempo.

Amostras de rocha selante: Argilito, calcário fino e siltito. 

Ao estudar as rochas capeadoras, os geólogos podem obter informações cruciais sobre a composição, podendo ter informações sobre a petrofísica da amostra, e também sobre condições geológicas do ambiente em que foram formadas. Isso, por sua vez, ajuda na identificação de áreas com potencial para a exploração de hidrocarbonetos. Além disso, as rochas capeadoras desempenham um papel importante na proteção dos recursos hídricos. Ao selar a rocha reservatória do aquífero, tornam formam um aquífero confinado, o que ajuda a evitar a contaminação que poderia ocorrer se esses depósitos estivessem expostos diretamente aos processos de interação com a água meteórica e do aquífero livre. Essas rochas podem ser sedimentares, como folhelhos e argilitos, e também ígneas e metamórficas.

A pesar de não costumarem ter poros interconectados para serem consideradas reseervatórias ou carreadoreas, segundo Fiqueira e Abreu (2004),  são discutíveis os mecanismos que controlam a eficiência da rocha selante em servir como barreira à migração e reter hidrocarbonetos. As rochas selantes quando sob pressão das condições de temperatura e pressão de uma unidade geológica subterrânea, apresentam características distintas de quando em superfície. Devido a esses fatores e também a presença de falhas, fraturas, trapas e outras heterogeneidades podem comprometer a capacidade de rocha de selar completamente um reservatório.

Diferentes tipos de trapas que podem ocorrer envolvendo reservatórios e rocha capeadora

Todas as rochas possuem uma pressão capilar que representa a condutividade entre os poros, medida através de ensaios de injeção de mercúrio em laboratório que permite uma correlação com a pressão capilar em que ocorre a invasão do hidrocarboneto através dos poros ou fraturas da rocha selante. Essa pressão pode agir como limitadora da quantidade de hidrocarboneto que pode ser retida abaixo da rocha selante. A partir de determinada espessura da coluna de hidrocarbonetos abaixo do selante a pressão excederia a pressão capilar, passando a selante a constituir então um meio de migração, perdendo sua capacidade de rocha capeadora.

Os ensaios laboratoriais devem ser feitos para determinar características petrofísicas da rocha, afim de determinar os parâmetros que a caracterizam como selante e os limites para uma situação de carreamento dos flúidos. As rochas com características mais dúcteis tem menor propensão à formação de fraturas, o que lhes confere boas características como selante, pois as fraturas tendem a aumentar a permeabilidade, ocasionando o vazamento de hidrocarbonetos através da rocha selante. A correlação de ensaios podem ser avaliados através dos métodos de injeção de mercúrio e microtomografia, junto a condições de tensão em subsuperfície, permite predizer situações em que a integridade da rocha selante estaria comprometida.

Diferença da condutividade de rochas consideradas reservatório (escoamento rápido) e capeadoras (escoamento lento ou impermeável)

A constituição das rochas capeadoras deve ser avaliada caso a caso, a depender das características físicas da rocha, da profundidade, temperatura e pressão que a unidade geológica é submetida, sendo assim uma etapa importante para determinar as condições de extração de petróleo e gás, ou de qualidade da água de um aquífero.

 

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