Injeção de mercúrio para petrofísica

22/11/2023 10:26

O mercúrio é um metal proveniente do processamento industrial do mineral cinabário, e tem a propriedade de ser um líquido não molhante. É utilizado na instrumentação por ser um líquido com alta tensão superficial, a qual surge devido às interações coesivas entre as moléculas do líquido. A porosimetria de intrusão de mercúrio é uma das poucas técnicas analíticas que permite ao analista permite ao analista obter dados numa ampla gama de escalas. O método fornece uma visão exata de como um porosímetro de mercúrio sonda a superfície de um material e se move dentro da estrutura do poro. Permite também efetuar uma comparação fundamentada entre dados semelhantes obtidos com outras técnicas de medição e modelos teóricos. O volume ou porosidade total dos poros, a densidade esquelética e aparente e a área superficial específica de uma amostra são possíveis de serem verificados com esse método, em que nenhuma outra técnica de caracterização de porosidade alcança isso.

 Mercúrio em seu estado metálico.

Por que utilizar o mercúrio, ao invés de água?

A água, é um líquido molhante de que possui propriedades de capilaridade que dificultam o preenchimento das cavidades no material, necessitando uma pressão cada vez maior para um poro ou conduto de diâmetro menor.  Diferente dela, o mercúrio ao passar por um tubo capilar, é possível determinar quais os tamanhos de poros que foram invadidos pelo elemento e quais os que não foram. Isso ocorre devido a propriedade do mercúrio de ser um líquido não molhante, e que resiste pouco a pressão exercida pela capilaridade dos poros, sendo mais fácil o preenchimento de condutos e poros menores.

Capilaridade de líquidos molhantes e não molhantes

Como é feito o ensaio?

Um ensaio típico de porosimetria de intrusão de mercúrio envolve colocação de uma amostra num recipiente, aplicação de vácuo, e a injeção do mercúrio no recipiente. Isto cria um ambiente constituído por um sólido, um líquido não molhante (mercúrio) e vapor de mercúrio. A pressão máxima de cerca de 60.000 psia (414 MPa) é típica para instrumentos comerciais, e esta pressão forçará o mercúrio a entrar nos poros até cerca de 0,003 micrómetros de diâmetro.

Análise de amostra de rocha em Raios-X sob injeção de mercúrio no LMPT

Após a injeção, de forma simultânea, são feitos levantamentos de Raios-X no microtomógrafo para obter os parâmetros petrofísicos da amostra com base no imageamento realizado.

Tags: Injeção de mercúrioinstrumentaçãoLMPTPetrofísicaporosimetria de mercúrio

Captura e Armazenamento Geológico de CO2

16/11/2023 12:01

A Captura e Armazenamento de Carbono (CCS, “Carbon capture, utilization and storage”) é uma prática que visa ciclar o carbono removido do subsolo para que ao invés de permanecer na atmosfera, volte ao arcabouço geológico não intensificando o efeito estufa.  Com o passar dos anos, as ações sobre esse tema vem se tornando cada vez mais práticas.

Sabendo que os níveis de CO2 atmosférico vem aumentando sem previsão de diminuição, é extremamente necessário realizar planos setoriais de mitigação das mudanças climáticas que envolvam o metas no âmbito público e privado. Sabendo das implicações ambientais frente a esse aumento, foi proposto em 2022 no Brasil o Sistema Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e propostos projetos de lei referentes a exploração da atividade de armazenamento permanente de CO2 em reservatórios geológicos ou temporários, e seu posterior reaproveitamento. O processo de créditos de carbono são recompensas fiscais baseadas em legislação para incentivar o estoque e a compensação das emissões de carbono .

Créditos de carbono: Ações para o incentivo da redução dos gases estufa

 

Além de contribuir para a transição energética, favorecendo processos que culminam em emissões negativas, e auxiliando na mitigação daqueles que envolvem as emissões que não podem ser evitadas, as tecnologias de CCS aplicam-se a setores variados da indústria, como alternativa no cumprimento dos objetivos e metas climáticas.

Os projetos de CO2 envolve as seguintes etapas principais:

  • CAPTURA: Tecnologias que capturam diretamente o CO2 do ar ou de fontes como plantas industriais.
  • TRANSPORTE: Movimentação do CO2 comprimido do ponto de captura ao ponto de estocagem e/ou utilização.
  • ARMAZENAMENTO: Estocagem em subsuperfície, em estruturas geológicas em terra ou mar.
  • USO: Utilização do CO2 como insumo de produtos ou serviços.

https://www.swissinfo.ch/resource/image/47438492/landscape_ratio3x2/880/587/28ebf27bf9db0779d7e9ce787ebf0ff5/441F46CFA34023ABA8C378E18F791A4D/climeworks.jpg

Máquina de captura de gás carbônico com o objetivo de estocagem. Fonte: swissinfo

A depender das propriedades geológicas específicas, vários tipos de formações podem ser usadas para armazenar CO2 . Dentre os principais sítios/tipos de estocagem subterrânea estão:

  • reservatórios de óleo e gás, de campos ativos ou depletados;
  • formações geológicas contendo água altamente salina (reservatórios salinos);
  • jazidas de carvão não minerável;
  • folhelho rico em matéria orgânica e basalto.

Essas rochas são escolhidas por comportarem volumes muito maiores quando comparados às demais opções, os reservatórios de óleo e gás e as formações com águas altamente salinas são aqueles com os projetos mais avançados.

A etapa de caracterização e seleção dos sítios de armazenamento deve envolver, minimamente, as seguintes informações:

  • TIPO E QUALIDADE DO RESERVATÓRIO: Porosidade (> 15%), permeabilidade (> 10 mD) e espessura efetiva (> 15 m) são essenciais para saber a capacidade de injeção e estocagem. Uma vez que o armazenamento do gás ocorre em um estado supercrítico, a profundidade mínima estimada do reservatório deve ser de 800 metros.
  • EXISTÊNCIA DE ROCHA SELANTE: Reconhecer a presença e a espessura (preferencialmente maior do que 50 m) sobre o reservatório é fundamental.
  • MAPEAMENTO DE FALHAS OU FRATURAS: Voltado à identificação da integridade das estruturas envolvidas e eliminação do risco de fuga do CO2 .
  • TECTÔNICA LOCAL: Sismicidades baixas devem ser priorizadas à fim de garantir a integridade do projeto.
  • COBERTURA DE DADOS DE GEOLOGIA E GEOFÍSICA: A existência de levantamentos de sísmica 2D e 3D, bem como de poços exploratórios com o registro de perfis digitais, contribuem para a caracterização das camadas.
  • MALHA DE POÇOS PERFURADOS: A interferência sobre as camadas de rochas selantes compromete a unidade da estrutura de armazenamento. Poços abandonados e preservados devem ser selecionados, evitando a competição com atividades produtivas ativas.

A utilização de CO2 para melhorar a recuperação de hidrocarbonetos costuma ser, muitas vezes, elencada nas discussões sobre armazenamento de CO2 . No Brasil, a técnica de recuperação aprimorada de óleo (do inglês, enhanced oil recovery – EOR) é, há anos, aplicada pela Petrobras nos campos do pré-sal. O projeto desenvolvido pela empresa destaca-se por ter sido o primeiro de separação do CO2 associado com gás natural em águas ultraprofundas, registrando, em uma lâmina d’água de 2.200 m, o recorde do mais profundo poço de injeção de gás CO2 .

Tags: Captura e Armazenamento de CarbonoCarbon captureCCSGases de Efeito EstufaGeologia do petróleoLMPTrocha reservatóriarocha selanteutilization and storage

Rochas geradoras e reservatórias

13/11/2023 10:58

Rochas geradoras e reservatórias desempenham papéis cruciais na exploração e produção de hidrocarbonetos, desafiando geólogos e engenheiros a compreenderem suas características distintas. Saiba as principais aplicações e a importância no contexto da indústria de petróleo e gás. A exploração bem-sucedida de hidrocarbonetos envolve a compreensão da relação entre rochas geradoras e reservatórias. Os hidrocarbonetos gerados em rochas fontes migram para as rochas reservatórias por meio de diversos processos geológicos, como: fraturas e zonas de falhas, o aumento da pressão, temperatura e aumento na saturação de flúidos. Identificar as rotas de migração e as armadilhas geológicas é crucial para o sucesso na exploração.

Polígono do Pré-Sal — Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

Mapa das áreas de exploração e produção de petróleo e gás na Bacia de Santos

 

Rochas Geradoras ou fonte:

As rochas geradoras são formações geológicas responsáveis pela geração e liberação de hidrocarbonetos, como petróleo e gás natural. Geralmente compostas por matéria orgânica acumulada ao longo do tempo, essas rochas passam por um processo de diagênese nas rochas sedimentares e metamorfismo de baixo grau nas metamórficas, no qual a pressão e a temperatura transformam a matéria orgânica em hidrocarbonetos. Os xistos (metamórficas de baixo grau) e os folhelhos (sedimentares) são exemplos comuns de rochas geradoras.

A análise detalhada das rochas geradoras é essencial para entender a quantidade e a qualidade dos hidrocarbonetos que podem ser produzidos. Parâmetros como a quantidade de matéria orgânica, a maturidade térmica e a taxa de geração de hidrocarbonetos são fundamentais para avaliar o potencial exploratório de uma área.

Clorita-Xisto, exemplo de rocha geradora

 

Rochas Reservatórias ou carreadoras:

Em contrapartida, as rochas reservatórias são aquelas capazes de armazenar hidrocarbonetos. São geralmente formações porosas e permeáveis, como arenitos, siltitos e calcários com vugos, que permitem o acúmulo de petróleo e gás nos poros. A capacidade dessas rochas em armazenar fluidos depende de sua porosidade, permeabilidade e saturação de fluidos.

A distribuição dos poros, a conectividade e a capacidade de fluxo é quantificada nas amostras para otimizar a produção de hidrocarbonetos.

Arenito e Calcário oolítico, exemplos de rocha reservatória

 

Exploração:

Tecnologias avançadas, como sísmica 3D e modelagem geológica, são empregadas para mapear e caracterizar as rochas geradoras e reservatórias. Para caracterizá-las, são utilizados métotodos de sondagem para obtenção da amostra, microtomografia e imageamento 3D das amostras para a caracterização na microescala para posterior modelagem do reservatório.  A integração dessas informações permite uma tomada de decisão mais precisa durante o processo exploratório.

Geologia do Petróleo - Aula 02 Rocha Geradora - YouTube

Migração entre rocha geradora e rocha reservatória.

Em resumo, rochas geradoras e reservatórias são componentes vitais na exploração de hidrocarbonetos, exigindo uma abordagem multidisciplinar. Os reservatórios são estruturas complexas que são caracterizadas com base em diversas frentes, como geofísica, sondagem e amostragem, geoestatística e modelagens com base em softwares específicos. Compreender a esturuta de uma armadilha, por ser heterogênea, com intercalações entre rochas carreadoras, geradores e selantes, é um dos desafios para compreensão e quantificação dos reservatórios de hidrocarbonetos.

Tags: geologiaLMPTpetróleoporosidade e permabilidaderocha reservatório

Rochas selantes

07/11/2023 12:03

De forma geral, rochas capeadoras, também conhecidas como rochas selantes, é uma categoria atribuida uma unidade geológica que desempenha um papel fundamental para a geologia de exploração e também para a geologia ambiental. Geralmente são compostas por siltitos, argilitos, anidrita ou sal. Formam uma camada impermeável, e tem o papel de restringir fisicamente uma unidade geológica reservatória impedindo a migração dos flúidos para fora. Estas rochas são características pelo papel de tampar , sendo de qualquer lado,  uma unidade geológica que atua como reservatórios de água,  petróleo ou gás natural, preservando sua integridade ao longo do tempo.

Amostras de rocha selante: Argilito, calcário fino e siltito. 

Ao estudar as rochas capeadoras, os geólogos podem obter informações cruciais sobre a composição, podendo ter informações sobre a petrofísica da amostra, e também sobre condições geológicas do ambiente em que foram formadas. Isso, por sua vez, ajuda na identificação de áreas com potencial para a exploração de hidrocarbonetos. Além disso, as rochas capeadoras desempenham um papel importante na proteção dos recursos hídricos. Ao selar a rocha reservatória do aquífero, tornam formam um aquífero confinado, o que ajuda a evitar a contaminação que poderia ocorrer se esses depósitos estivessem expostos diretamente aos processos de interação com a água meteórica e do aquífero livre. Essas rochas podem ser sedimentares, como folhelhos e argilitos, e também ígneas e metamórficas.

A pesar de não costumarem ter poros interconectados para serem consideradas reseervatórias ou carreadoreas, segundo Fiqueira e Abreu (2004),  são discutíveis os mecanismos que controlam a eficiência da rocha selante em servir como barreira à migração e reter hidrocarbonetos. As rochas selantes quando sob pressão das condições de temperatura e pressão de uma unidade geológica subterrânea, apresentam características distintas de quando em superfície. Devido a esses fatores e também a presença de falhas, fraturas, trapas e outras heterogeneidades podem comprometer a capacidade de rocha de selar completamente um reservatório.

Diferentes tipos de trapas que podem ocorrer envolvendo reservatórios e rocha capeadora

Todas as rochas possuem uma pressão capilar que representa a condutividade entre os poros, medida através de ensaios de injeção de mercúrio em laboratório que permite uma correlação com a pressão capilar em que ocorre a invasão do hidrocarboneto através dos poros ou fraturas da rocha selante. Essa pressão pode agir como limitadora da quantidade de hidrocarboneto que pode ser retida abaixo da rocha selante. A partir de determinada espessura da coluna de hidrocarbonetos abaixo do selante a pressão excederia a pressão capilar, passando a selante a constituir então um meio de migração, perdendo sua capacidade de rocha capeadora.

Os ensaios laboratoriais devem ser feitos para determinar características petrofísicas da rocha, afim de determinar os parâmetros que a caracterizam como selante e os limites para uma situação de carreamento dos flúidos. As rochas com características mais dúcteis tem menor propensão à formação de fraturas, o que lhes confere boas características como selante, pois as fraturas tendem a aumentar a permeabilidade, ocasionando o vazamento de hidrocarbonetos através da rocha selante. A correlação de ensaios podem ser avaliados através dos métodos de injeção de mercúrio e microtomografia, junto a condições de tensão em subsuperfície, permite predizer situações em que a integridade da rocha selante estaria comprometida.

Diferença da condutividade de rochas consideradas reservatório (escoamento rápido) e capeadoras (escoamento lento ou impermeável)

A constituição das rochas capeadoras deve ser avaliada caso a caso, a depender das características físicas da rocha, da profundidade, temperatura e pressão que a unidade geológica é submetida, sendo assim uma etapa importante para determinar as condições de extração de petróleo e gás, ou de qualidade da água de um aquífero.

 

Tags: geolgiaLMPTpetróleoporosidade e permeabilidaderochas selantes e capeadoras

Imageamento 3D

31/10/2023 09:18

No Laboratório de Meios Porosos e Proproedades Termofísicas, na área de caracterização microestrutural, há uma diversidade de amostras em que foram realizados levantamentos de modelagem 3D, e a posterior publicação no Sketchfab. A finalidade de publicar o imageamento 3D de diversos tipos de amostras, como materiais porosos do tipo microfósseis, ossos, e também próteses de titânio, é demonstrar exemplos de materiais que podem ser analisados no laboratório e também publicar os detalhes de amostras interessantes. Navegue pelos imageamentos: Amostras 3D Analisadas .

As primeiras amostras a seguir são microfósseis encontrados em rochas carbonáticas, que são de diferentes classificações taxonômicas. As amostras da parte inferior do quadro são as amostras de origem de tecido ósseo, sendo a primeira o tecido original, e as posteriores com intervenções realizadas para o experimento com próteses de titânio. Ficou curioso (a) clique nas fotos!

                                                           

Tags: imageamentoLMPTmicrofóssiesmodelagem 3Dpetróleosketchfab

Áreas de atuação

04/11/2021 11:51

 

MICROTOMOGRAFIA APLICADA A MEIOS POROSOS

A obtenção de dados petrofísicos pode ser aplicada para amostras biológicas, geológicas, produtos manufaturados, entre outros. Adquirimos e analisandas imagens 3D de meios porosos de alta resolução espacial diretamente com a microtomografia computadorizada de raios X (microCT), a qual é baseada no mapeamento da absorção de um feixe de raios X que atravessa uma amostra, permitindo a descrição de sua estrutura interna.


 

RESERVATÓRIOS DE PETRÓLEO

A microtomografia de raios X tem sido uma ferramenta superior para a obtenção de diversos parâemtros relacionados a porosidade. O princípio básico da técnica é a obtenção de imagens a partir da medida da atenuação da radiação pelos diferentes materiais que formam uma amostra.   As imagens microtomográficas de seções 2D, quando empilhadas remontam essencialmente as imagens 3D, e permitem a quantificação de parâmetros associados à geometria e à conectividade do sistema poroso das rochas. Ainda, nas imagens 3D, os fenômenos físicos podem ser modelados matematicamente na escala dos poros, permitindo a determinação computacional de propriedades petrofísicas.

 Observando as imagens acima, fica evidente a importância de um estudo multiescalar, em especial nas rochas carbonáticas. Pode-se observar como o sistema poroso se tornar cada vez mais perceptível, onde novas estruturas surgem com o aumento da escala. Algumas amostras possuem uma morfologia visual completamente diferente de uma escala para outra.

MANTOVANI, Iara Frangiotti. MICROTOMOGRAFIA E NANOTOMOGRAFIA DE RAIOS X APLICADA À CARACTERIZAÇÃO MULTIESCALAR DE SISTEMAS POROSOS CARBONÁTICOS. 2013. 168 f. Tese (Doutorado) – Curso de Engenharia de Materiais, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2013.

 

 


 

RESERVATÓRIOS GEOLÓGICOS DE CO2

A caracterização do sistema poroso de rochas reservatórias de petróleo e gás é nosso foco. Nos últimos anos, com o avanço das colaborações globais para a frenagem do efeito estufa causado por emissão de GEE na atmosfera, a pauta tem sido levantada referente a caracterização das reservas de CO2 para a fase de armazenamento em formações geológicas .

A diagram shows ways carbon dioxide can be sequestered on land and underground.

Segundo Orita e Cruz (2022), Formações geológicas são meios utilizados para o armazenamento de CO2, e, portanto, tem-se aumentado a busca por potenciais reservatórios e tecnologias que os desenvolvam. Rochas sedimentares reservatórios de hidrocarbonetos são atualmente as litologias mais utilizadas para armazenamento de CO2, devido suas porosidades significativas e a frequente associação com armadilhas estruturais que garantem o aprisionamento. Entretanto, são promissores os esforços e potencial de desenvolvimento de tecnologias para o armazenamento de CO2 de larga escala em rochas máficas/ultramáficas.

KENJI, G.; CRUZ. CAPTURA E ARMAZENAMENTO DE CO2: UM REVISÃO DAS TECNOLOGIAS EXISTENTES, CARBONATAÇÃO IN SITU DE BASALTOS E AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DA FORMAÇÃO SERRA GERAL COMO RESERVATÓRIO DE CO2. Geociências, v. 41, n. 3, p. 779–795, 14 fev. 2023.

 


 

MATERIAIS POROSOS NA SAÚDE

Os estudos de meios porosos não se restringem apenas em rochas, podem ser utilizadas metodologias similares a materiais geológicos para obter os dados de porosidade, conetividade e permeabilidade intrínseca de amostras de materiais cerêmicos, fármacos e tecidos ósseos. Na odontologia, essas análises petrofísica foram realizadas em suportes que induzem a formação do tecido ósseo, compostos de cerâmica e fármacos, que atuam como uma estrutura temporária para facilitar ou mesmo acelerar a reparação óssea nos casos em que a reconstrução de um defeito ósseo pode não atingir uma resolução completa. A libertação do fármaco e a permeabilidade do suporte depende de um percentual ótimo de porosidade, qualidade essa avaliada com os equipamentos de microtomografia.

Exemplos de (A e C) volume de interesse binário (VOI) das amostras de 30% de porosidade e 8 wt % (amostra C) e 70% de porosidade (amostra F), respetivamente, e as suas redes de poros (B e D).

Encarnação, ICSordi, MBAragones, ÁMüller, CMOMoreira, ACFernandes, CPRamos, JVCordeiro, MMRFredel, MCMagini, RS2019Release of simvastatin from scaffolds of poly(lactic-co-glycolic) acid and biphasic ceramic designed for bone tissue regenerationJ Biomed Mater Res Part B. 2019: 107B21522164.


Materiais porosos


Microtomografia de Raios-X

 

Tags: Geologia do petróleoLMPTMATERIAIS POROSOS NA SAÚDEMICROTOMOGRAFIA APLICADA A MEIOS POROSOSRESERVATÓRIO DE PETRÓELORESERVATÓRIOS GEOLÓGICOS DE CO2